A notícia de que meu filho tinha desenvolvido diabetes tipo 1 foi um choque para toda a família. Para mim, em especial, foi algo difícil de acreditar e duro de aceitar. Porém, como sou otimista por natureza, não fiquei me lamentando. Me conformei e me conscientizei que precisaria entender bastante sobre a doença para ir à luta pelo meu filhão.
No início, a única coisa que nós sabíamos (eu e a mãe dele) é que não podia comer açucar e tinha que tomar insulina. Ao sair do hospital, saímos com recomendações do nutricionista sobre a alimentação e da endocrinologista sobre como tomar insulina.
Como meu filho estava com organismo todo desregulado por conta do
quadro de cetoacidose que o levou a ficar internado por cinco dias, tivemos que fazer dieta também para baixar colesterol e triglicerídes que estavam altíssimos. Em resumo, nada de gordura, nada de massa ou arroz sem ser integral e nada que contivesse açucar.
Nesse primeiro momento o sacrifício não foi feito somente por meu filho, mas por nós (os pais) também. Aderimos a manteiga Becel, o queijo branco, o arroz, o macarrão, pão e biscoitos integrais, adoçante, etc. Por sorte, nosso filho é muito maduro e responsável para uma criança de 12 anos (na época) e colaborou bastante.
A orientação da primeira endocrinologista dele era para ser feito um tratamento da maneira tradicional, como sempre a diabetes foi tratada (desde 1922, quando foi descoberta a insulina), com doses definidas de insulina para correção das taxas de glicemia acima de 180 e uma quantidade máxima de carboidratos a ser consumida em cada refeição.
(Somente um bom tempo depois é que conhecemos a
INSULINOTERAPIA INTENSIVA, que deu muito mais liberdade à alimentação de nosso filho. Em outro post comento sobre isso)
Não foi fácil criar a rotina de furar o dedo várias vezes ao dia e ter que ficar aplicando insulina na barriga, na perna, no braço... foi algo doloroso fisicamente para meu filho e psicologicamente para eu e minha esposa. Isso sem falar nas altas despesas com as tiras de medir glicemia e os dois tipos de insulina (somente depois conseguimos ganhar esses insumos do governo).
E o medo da hipoglicemia? A médica não nos alertou direito sobre o perigo que ela representa. Fui saber melhor ao ler um texto do "
Blog Minha Filha Diabética", onde uma mãe descreve em detalhes uma crise severa sofrida pela filha. Como não poderia deixar de ser, fiquei assustado e percebi que ainda precisava conhecer muita coisa sobre a doença de meu filho.
Em resumo, o começo é muito mais difícil, principalmente pela falta de conhecimento. Se você também é pai ou mãe de uma criança diabética e estiver passando por isso agora, estude e pesquise muito sobre a diabetes e tenha paciência que vai se acostumar.
Dá trabalho, mas nada que pais que amam seu filho não consigam suportar.